No dia anterior houve anunciação do que seria o dia seguinte, magia absoluta. O momento alto da segunda etapa do ano vinte, certamente um dos maiores do festival ou mesmo de sempre. Juntar dois artistas como Khalid K e Bernard Massuir não lembrava nem ao Diabo. Mas foram eles que nos levaram aos céus com a junção perfeita de tecnologia e técnica vocal, com dois estilos diferentes que casaram na perfeição. Termina com a dupla a cantar Lua Nha Testemunha, uma morna que nunca mais será a mesma depois desta experiência. Incrível.
Já de tarde tinha havido um outro casamento perfeito com o energético Enano e o mágico Corsa, juntos abrindo a programação para os mais novos (mas curiosamente sempre com muitos adultos na assistência, porque será?) O palhaço que queria ser mágico ou o mágico que não consegue ser palhaço apesar dos fantásticos talentos de um e de outro.
O terceiro casamento do dia, não necessariamente por esta ordem, foi do teatro com a rua, personagens invadiram a Rua de Lisboa, outra vez a Rua de Lisboa. Talvez pela sua natureza de ser a rua dos cicerones do Mindelo seja sempre este um lugar fantástico para o casamento da arte cénica com o espaço público. Este último aliás, continua a dizer presente e a demonstrar – depois de 19 anos ainda é preciso de-mons-trar? – a falta que fazem novos espaços para o teatro nesta cidade. A verdade tem que ser dia, neste dia de casórios. A ingratidão de quem de direito começa a tornar-se insuportável. Se não querem um divórcio irreversível, seria bom que acordassem para a vida!