A propósito da viagem que está a ser feita por causa do livro "Palco 50" e da preparação da grande exposição de fotografias que retrata as 50 produções cénicas do Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo, não deixo de me espantar pela lembrança que tenho de centenas de pequenos episódios ocorridos nos ensaios, montagens ou apresentações. Eu, que me consigo esquecer do nome de uma pessoa, dez segundos depois dela me ter sido apresentada, no que diz respeito ao percurso teatral, lembro-me de tudo. De tudo! E sou, cada vez mais, eternamente grato a todos quantos já trabalharam comigo. Sou mesmo. Principalmente, porque não me esqueço. Uns heróis, não me canso de repetir, aqueles que fazem teatro em Cabo Verde.
Em Viseu chamaram-me de encenador coreógrafo e, de facto, no Dia Mundial da Dança, só posso dizer que teatro é sobretudo movimento e que o movimento reflecte, sempre, uma dramaturgia própria. Obrigado, pois, aos que dançam por esse mundo fora!
Na imagem, uma referências para mim fundamental, na dança e na vida: Raiz di Polon. E eu, que acabei de saber que especialistas ingleses, da Royal Company of Shakespeare, num Fórum Internacional em S. Paulo sobre o dramaturgo inglês, ficaram de boca aberta, admirados e querendo saber mais, quando souberam das nossas crioulizações, quando viram fotos da nossa bela e especial "Tempêstad". Orgulho deste nosso teatro cabo-verdiano!
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AutorJoão Branco, encenador, actor, gestor cultural, cronista e professor de teatro. Arquivos
October 2016
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