A partir daqui o Festival Mindelact entra num outro ritmo. A programação para a infância e o festival off terminaram. Espectáculos do Palco Principal e dos Grandes Monólogos ocupam praticamente todo o destaque, com excepção de António Santos, o Staticman, que introduziu, com as suas participações no maior evento teatral crioulo, a técnica das Estátuas Vivas, hoje uma atracção turística nas ilhas do Sal e S. Vicente, por exemplo.
Voltou para festejar os vinte anos, ficou suspenso no ar com uma personagem criada especificamente para estas comemorações, teve um êxito absoluto com a sua oficina que chegou aos vinte e cinco participantes, deixando marcas indeléveis de mais esta sua passagem por Cabo Verde, ou não fosse ele um artista maior e do Mundo.
De noite, o Grupo de Teatro Juventude em Marcha trouxe o seu humor peculiar e como grupo fundador do festival, há 19 anos atrás, não deixou de estar presente nesta grande festa. O meu respeito por eles aumenta a cada ano que passa. Pela qualidade do seu trabalho, pela identidade do seu teatro, pela perseverança e coragem do seu longo percurso. Continuam a arrastar multidões para as salas e para os polivalentes ou espaços adaptados; continuam a fazer as delicias dos nossos emigrantes; continuam a marcar a história e o panorama teatral das ilhas. A dupla César Lélis – que magnifico actor é ele, por Dionísio! – e Jorge Martins é como uma profunda marca digital do teatro crioulo e quem nunca os viu em cena não pode dizer que conhece profundamente os alicerces das artes cénicas cabo-verdianas.