[Diário do Mindelact 03]
Começa no terceiro dia do festival o Ciclo dos Grandes Monólogos, uma novidade desta edição 20 para homenagear os principais obreiros da arte cénica, sem os quais nada disto faria sentido ou seria sequer possível: os atores e atrizes.
Antes porém, a fundamental Clara Andermatt apresentava o seu – nosso – exercício de memória, na Marina do Mindelo, com um conjunto de performances das mais diversas proveniências. Ah! a batida frenética das garrafas de plástico de Dançar Cabo Verde, o ponto onde começaria a grande aventura da dança contemporânea crioula! Ah! a voz de Orlando Pantera e os homens musculados de História da Dúvida! Ah! A junção de corpos e vozes, galinha branca, galinha branca, galinha branca do Dan Dau! Este é um festival feito de tantas catarses, corações batem, batem, batem ao rubro e se preparem que vamos entrar na sala tradicional onde nos espera o ator. O ator de monólogos.
Manuel Estevão é um homem de coragem. Avança sozinho para interpretar um texto exigente, extenuante, trágico. O mesmo que havia feito há trinta anos atrás na cidade que amava o teatro mas que não era ainda correspondida. O ator assumiu o risco, falou cara a cara com os seus convidados na pele de um personagem desesperado, explicou-se, confundiu-se, suou, vergou-se. Superou a prova e recebeu os merecidos aplausos dos seus. E os seus somos todos nós, Estêvão, todos nós, os habitantes desta polis que ama o teatro e está sendo finalmente correspondido, um casamento perfeito que se festeja há vinte anos.
Começa no terceiro dia do festival o Ciclo dos Grandes Monólogos, uma novidade desta edição 20 para homenagear os principais obreiros da arte cénica, sem os quais nada disto faria sentido ou seria sequer possível: os atores e atrizes.
Antes porém, a fundamental Clara Andermatt apresentava o seu – nosso – exercício de memória, na Marina do Mindelo, com um conjunto de performances das mais diversas proveniências. Ah! a batida frenética das garrafas de plástico de Dançar Cabo Verde, o ponto onde começaria a grande aventura da dança contemporânea crioula! Ah! a voz de Orlando Pantera e os homens musculados de História da Dúvida! Ah! A junção de corpos e vozes, galinha branca, galinha branca, galinha branca do Dan Dau! Este é um festival feito de tantas catarses, corações batem, batem, batem ao rubro e se preparem que vamos entrar na sala tradicional onde nos espera o ator. O ator de monólogos.
Manuel Estevão é um homem de coragem. Avança sozinho para interpretar um texto exigente, extenuante, trágico. O mesmo que havia feito há trinta anos atrás na cidade que amava o teatro mas que não era ainda correspondida. O ator assumiu o risco, falou cara a cara com os seus convidados na pele de um personagem desesperado, explicou-se, confundiu-se, suou, vergou-se. Superou a prova e recebeu os merecidos aplausos dos seus. E os seus somos todos nós, Estêvão, todos nós, os habitantes desta polis que ama o teatro e está sendo finalmente correspondido, um casamento perfeito que se festeja há vinte anos.