[Diário do Mindelact 13]
“Um verdadeiro soco no estômago que me deixou de fôlego tomado e olhos grilidos até ao último minuto. Obrigada por nos trazeres coisas que jamais tínhamos visto.” Porque me faltam palavras para descrever o que senti com “Guitche”, de Marlene Freitas, começo com esta citação, com a qual concordo em absoluto. Um soco no estômago, aquele inacreditável abanar “de cadera” que dura vinte e oito minutos, e olhando para aquilo viajamos, contamos histórias, testemunhamos as inúmeras metamorfoses na face da Marlene, ora mulher, ora marioneta, ora puta, ora bicho, ora tudo isto ao mesmo tempo, ora criança, ora adulta, ora dançando, ora sufocando sem nunca parar de dançar, vamos lá, vamos lá, e a batida sempre presente, pum, pum, pum, e aquele abanar “de cadera”, que não pára, não pára. Gente na plateia incomodada, a maioria como que hipnotizada por uma performance absolutamente única, ela sim de uma contemporaneidade absoluta.
Cada um terá criado as suas histórias perante as metamorfoses da Marlene. Eu criei a minha. Ora cá está um espectáculo que é o espelho do “sabe pa caga” de Soncent, não interessa qual seja a desgraça que nos bata na porta, não paramos de dançar, de abanar as ancas freneticamente, não interessa a miséria ou a fome, não interessa o café ou a macaquice, não interessam os políticos e muito menos os cortes da Electra ou os roubos nas ruas e vielas da cidade. As ancas abanam sempre, sempre, sempre. Sem parar, sem parar, pum, pum, pum. Com lágrimas, sangue, suor, sujidade, olhos que não vem mais nada, porque foram arrancados pelo desejo de não querer ver mais nada. E dançamos, sem parar, sem parar, num abanar “de cadera” que não acaba mais.
Quando damos por isso, a vida já passou por nós.
Obrigado, Marlene.
“Um verdadeiro soco no estômago que me deixou de fôlego tomado e olhos grilidos até ao último minuto. Obrigada por nos trazeres coisas que jamais tínhamos visto.” Porque me faltam palavras para descrever o que senti com “Guitche”, de Marlene Freitas, começo com esta citação, com a qual concordo em absoluto. Um soco no estômago, aquele inacreditável abanar “de cadera” que dura vinte e oito minutos, e olhando para aquilo viajamos, contamos histórias, testemunhamos as inúmeras metamorfoses na face da Marlene, ora mulher, ora marioneta, ora puta, ora bicho, ora tudo isto ao mesmo tempo, ora criança, ora adulta, ora dançando, ora sufocando sem nunca parar de dançar, vamos lá, vamos lá, e a batida sempre presente, pum, pum, pum, e aquele abanar “de cadera”, que não pára, não pára. Gente na plateia incomodada, a maioria como que hipnotizada por uma performance absolutamente única, ela sim de uma contemporaneidade absoluta.
Cada um terá criado as suas histórias perante as metamorfoses da Marlene. Eu criei a minha. Ora cá está um espectáculo que é o espelho do “sabe pa caga” de Soncent, não interessa qual seja a desgraça que nos bata na porta, não paramos de dançar, de abanar as ancas freneticamente, não interessa a miséria ou a fome, não interessa o café ou a macaquice, não interessam os políticos e muito menos os cortes da Electra ou os roubos nas ruas e vielas da cidade. As ancas abanam sempre, sempre, sempre. Sem parar, sem parar, pum, pum, pum. Com lágrimas, sangue, suor, sujidade, olhos que não vem mais nada, porque foram arrancados pelo desejo de não querer ver mais nada. E dançamos, sem parar, sem parar, num abanar “de cadera” que não acaba mais.
Quando damos por isso, a vida já passou por nós.
Obrigado, Marlene.